O maior predador de percebes é, naturalmente, o Homem... e por vezes os sargos (que podem ser peixes, mas não são parvos)...
Os percebes precisam de água muito batida, limpa e bravia, com uma base rochosa e não arenosa. Precisam também que o sol os tisne com regularidade (realmente, não se compreende como o Baleal tem percebes, raramente tendo sol, ou será esta a prova que faltava de que o Baleal TEM sol?!?). E também precisam de chuva (aí sim!, estamos entendidos) para que a água doce estimule o seu crescimento. O facto de estarem parte da sua vida acima da linha de água também contribui para que cresçam mais rapidamente. Em seis meses conseguem atingir o tamanho comercial (pelo menos cinco centímetros de comprimento e dois de diâmetro). Segundo os pescadores galegos, este tamanho é meramente comercial, e diz exclusivamente respeito aos percebes. Mas os entendedores sabem, por exemplo, que não é o tamanho que determina se os percebes são bons ou não, e não devem ser demasiado curtos nem demasiado grandes.
São hermafroditas, mas incapazes de se auto-fecundarem. Assim, um actua como "macho" e o outro como "fêmea" (é caso para perguntar: para quê tanta complicação?).
E comê-los???
Cozê-los é simples (ver a receita).: E devem comer-se quentes, dizem os especialistas.
Cuidado também para o suco dos percebes ir para a boca e não para a camisa... o que obriga a abri-los por baixo e não por cima...
São caros? Bom, baratos não serão, porque se o fossem era sinal de que não vinham do Baleal... e, como canta o Sérgio Godinho: "cuidado com as imitações..."
Em Espanha, a produção de percebes é de 336 toneladas, valendo perto de 7 milhões de euros. A extracção de percebes dá emprego fixo a 1.500 pessoas e indirecto a cerca de 2.500... mas o prazer de os saborear chega a vários milhões de pessoas, incluindo alguns sócios do Arre-Burro, verdadeiros percebo-maníacos... alguns, mesmo, percebo-dependentes....